A Vida, o Universo e Tudo o Mais

sábado, novembro 27, 2004

Nasce um Monstro

Ok, ok. Eu achei que ia ser díficil descobrir o nome original deste filme-trash de primeira categoria, mas não foi.

Vamos lá, esta coisa chama-se, no original, It's Alive, de 1974. Vale lembrar, ainda, que esta pérola trash ainda gerou duas continuações: It Lives Again, de 1978 e It's alive III: The Island of the Alive, de 1987. Ufa!!

Quem perpetrou esta violência toda? O diretor Larry Cohen, que também dirigiu, entre quase uma centena de filmes e episódios de séries de TV, um remake de Invasores de Corpos.

A notícia quase inacreditável?? Nosso amigo aí em cima está preparando a refilmagem de It's Alive para 2005. Cruz Credo!!

Créditos: Encontrei o nome do filme e as notas sobre a refilmagem no site Cinema em Cena. Um dos melhores sites nacionais sobre cinema.

Madrugada dos Mortos

Amiguinhos (e amiguinhas) acabo de assistir Madrugada dos Mortos (Dawn of the Dead) e vou dizer uma coisa: para quem gosta de filmes de terror, é nota 10.

Para começar a estória, ninguém sabe por que seus queridos amigos e vizinhos se tornam zumbis. Nossa heroína, Ana (Sarah Polley) chega do trabalho, encontra e conversa com a filha de uma vizinha, cai no rala-e-rola com o maridão e, voilà, na manhã seguinte todo mundo está se transformando em zumbis sanguinários e assassinos!

Uns poucos sobreviventes conseguem escapar para um shopping center e tentam sobreviver ao ataque das criaturinhas simpáticas de doer. Alguns dos nossos heróis são mortos durante a permanência no shopping e, então, os que sobram resolvem fugir. Para isso, vão blindar uns ônibus e tentar atravessar a massa de zumbis.

O diretor Zack Snyder mandou ver em seu filme de estréia. Um filme de terror e suspense com tanta tensão que tomei um susto quando os créditos apareceram no meio (exagero!) do filme.

O filme é excelente para quem gosta do gênero: sangrento, cruel e apoiado no mais nojento humor negro! Tem ainda, algumas citações muito legais, até onde eu vi: Mad Max, Nasce um Monstro (admito: não sei o nome desta pérola em inglês, mas quem assistiu Sessão Coruja, lá pelos idos de 1985/1986, deve ter visto essa série de filmes Z de terror - acho que isso é assunto para outro post, um dia desses), O Massacre da Serra Elétrica. O mais importante de tudo: não deixe de assistir os créditos (onde, além de tudo, o filme A Bruxa de Blair é homenageado). Claro, não dá para esquecer que o filme é baseado no roteiro do mestre dos filmes de terror, Mr. George A. Romero, e que, por isso mesmo, deveria ser show. Não deve nada ao mestre. Nota 10.

sexta-feira, novembro 26, 2004

Eu, Robô

A primeira impressão que se tem ao conhecer o elenco e a estória do filme Eu, Robô, é que, com sorte, este vai estar para o livro de Isaac Asimov assim como o Passageiro do Futuro está para o conto de Stephen King. Will Smith e Bridget Moynahan não parecem ser o par ideal para estrelar uma estória baseada em um livro que se propõe a contar a história da evolução dos robôs. Entretanto, como fica claro nos créditos finais, a estória de Eu, Robô é apenas "inspirada" pelo livro, o que se torna o seu grande mérito. A estória começa com o detetive Del Spooner (Will Smith) acordando de um pesadelo (que é mostrado mais adiante, no filme) e indo ao trabalho e , no meio do caminho, tentando prender um robô que ele pensa estar roubando uma bolsa. Neste ponto, descobrimos que o nosso herói está de volta ao trabalho depois de um período de licença e que tem aversão à robôs.

Após esta apresentação, o detetive é chamado para investigar um caso ocorrido na U.S. Robotics (a maior fabricante de robôs do planeta): a morte do principal cientista e sócio da empresa, Dr. Alfred Lanning, interpretado por James Cromwell. No início da investigação, realiza-se o sonho do detetive: o Dr. Lanning pode ter sido assassinado e um robô (Sonny, criado digitalmente e dublado pelo ator Alan Tudik) pode ser o culpado. A partir daí, a estória avança para mostrar o porquê da morte de Lanning e do envolvimento do detetive Spooner, que é ajudado pela Dra. Susan Calvin (Bridget Moynahan). Qualquer coisa dita além disso, estraga as surpresas do filme.

A estória, apesar de apenas inspirada pelo livro (composto por 9 contos), traz grande parte dos conceitos e idéias presentes neste, incorporado a um roteiro de ação com ritmo bom e com reviravoltas suficientes para prender o cinéfilo na cadeira durante o filme e conversar por um tempo depois da sessão. Estão presentes elementos dos diversos contos: o robô escondido entre outros do conto "O pequeno robô perdido", a desobediência às ordens humanas em "Razão", a capacidade de um robô mentir e a necessidade de destruir um robô especial do conto "Mentiroso!". Dessa forma, como já foi dito por outro crítico, o roteiro do filme poderia muito bem ser uma estória do próprio Isaac Asimov.

Os atores estão bem em seus papéis, com destaque para Will Smith (para quem o roteiro foi revisado por Akiva Goldsman) e Bridget Moynahan, cuja interpretação tida insossa provocou críticas negativas. Entretanto, para minha surpresa (só li o livro depois de ver o filme), a atriz retrata perfeitamente a personagem criada por Asimov e descrita, na introdução do livro como " ... uma moça fria, comum, sem atrativos, que se protegia contra um mundo que a desagradava através de uma expressão gélida e um intelecto hipertrofiado".

Com estes elementos em suas mãos, o diretor Alex Proyas consegue construir, ao mesmo tempo, um excelente filme de ação e um grande filme de ficção científica. Muito legal.

domingo, novembro 14, 2004

Lost In Translation

Algumas semanas depois, estou de volta: acabo de assistir Lost in Translation (assim como o título em português: Encontros e Desencontros - me recuso a usar este título horrível).

Caramba, que filme bom! A estória é bem escrita e bem contada, a aproximação dos dois é suave, quase imperceptível e as escolhas são, na minha opinião, perfeitas: a cena dos dois na cama é espetacular. A maior parte dos roteiros estragaria o filme ali, com um caso irreal ou com uma separação irreal: a cena não tem o senso de urgência que a maioria dos romances tem. Fantástico, fantástico, fantástico!!

E tem mais: terminar um filme com "Just Like Honey" não é para qualquer um. Não vou mentir que a música traduziu a forma como vi a Charlotte (e acho que uma boa quantidade de mulheres também viu Bob do mesmo jeito) e que me fez chorar...

Para mim, existe uma característica que define quando um ator ou atriz está representando espetacularmente, quando uma estória é bem escrita e bem dirigida: acho que quando, em um momento qualquer do filme, eu me pergunto "O que é que este cara está pensando?" tenho certeza que estou diante de uma grande representação em uma grande estória. Por que não deram o Oscar de Melhor Ator ao Bill Murray?? O cara está espetacular.

No mais, vou dormir muito feliz esta noite: vi um dos filmes mais bonitos e otimistas da minha vida. Só estou esperando para descobrir quais são os desencontros que a "criatura" que bolou o título em português achou no filme. Ou será que ele terminou de ver o filme achando que era um filme romântico ruim??