É na mudança que as coisas acham repouso (ou porque não gosto mais de A Vida de Brian)
Você não consegue se banhar duas vezes no mesmo rio, pois outras águas e ainda outras sempre vão fluindo.
É na mudança que as coisas acham repouso.
Depois de quase um mês passado após ter revisto o filme A Vida de Brian, do Monty Python, Heráclito de Éfeso trouxe algumas respostas para a minha reação ao filme, que vi pela primeira vez aos 20 anos, fazendo farra com um bando de amigos.
Fiz questão de rever o filme depois de ter passado a frequentar o site Garotas que Dizem Ni e o Fórum associado. Para quem não sabe, o Ni do título do site vem dos Cavaleiros que Dizem Ni, presentes em Monty Python e o Cálice Sagrado.
Pois bem. A revisita ao filme que tanto me agradou no começo da idade adulta foi uma decepção. Fiquei tentando descobrir porque, hoje, a história de Brian de Nazaré, da superprotetora Virgem Mandy e das inúmeras facções de luta contra os romanos, com todas as idiossincrasias que os próprios Pythons devem ter visto na sociedade britânica da década de 70, não conseguiu tirar de mim mais que um ou dois sorrisos amarelos.
Questionei-me muito acerca daquilo que gosto e que não gosto - e que ponho como absoluto. Acerca da minha mania de certezas sobre as coisas. Somente para descobrir que tudo aquilo através do que me defino pode não ser verdade, porque me definir através de algo, ao invés de conviver com a contradição de que minha essência é a mudança, é falho.
Ficou a lição de que tudo realmente pode mudar, mas que permanece o que sou lá no fundo da minha alma. O Brian de 1990, é uma lembrança boa, um momento do qual jamais vou esquecer. O Brian de 2005 teve muito pouco a me dizer.
Como poderia sugerir Heráclito de Éfeso, A Vida de Brian jamais poderia ter sido vista pela mesma pessoa duas vezes. O Rio do Tempo flui e flui em nós e nos leva a lugares diferentes. É assim, e é deste modo, como diz O Obscuro, que as coisas acham repouso.
2 Comments:
At 1:45 PM, Lacerad said…
Isso acontece mesmo... o impcato nunca será o mesmo. Em alguns casos, como este citado, pode não haver impacto nenhum, o que pode ser frustrante. Por isso mesmo evito ao máximo rever alguns de meus filmes preferidos. Já assisti Pulp Fiction 6 vezes, e prometo nunca mais fazê-lo. Magnólia e Beleza Americana pode ser que eu não chegue a ver pela segunda vez.
At 5:08 PM, Anônimo said…
Eu senti isso ao reler um livro que eu adora nos meus idos 15 anos recentemente, chamado A Morte Tem Sete Herdeiros, da Stella Carr com o Ganimédes José. Pôxa, eu adorava aquela história, e quando fui reler, mal achei graça em tudo o que me tinha feito rir em outros tempos...
Mas, sabe, eu assisti A Vida de Brian pela primeira vez ano passado e gostei! :oD
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