A Vida, o Universo e Tudo o Mais

terça-feira, abril 26, 2005

O Guia do Mochileiro das Galáxias, o filme

Não preciso dizer que sou fã do Guia do Mochileiro das Galáxias, não é? O fato é que, mais uma vez, estou me vendo ansioso por um filme. Já li os dois primeiros livros e estou esperando para ver se a Editora Sextante lança logo o terceiro volume da trilogia (cinco livros).

Nos últimos tempos andei vendo fotos dos sets e dos atores - incluindo meu amigo Marvin, o andróide deprimido mais simpático do Universo, vendo traillers, lendo entrevistas e, bom, a que eu achei mais legal, até agora, foi a do produtor executivo Robbie Stamp, publicada hoje no Slashdot.

Quando é que estréia mesmo?

quarta-feira, abril 20, 2005

Constantine - Segunda Parte

"... no último post sobre Constantine, André disse que achava que Johnny Depp seria o Constantine perfeito, que Keanu Reeves nem ficou tão mal e que esperava que não fosse mais uma adaptação totalmente dispensável de HQs."

Molecada, estou aqui para dizer que eu errei no meu pré-julgamento. O filme é muito bom! (Taí, Muta, o que eu achei do filme!) Talvez seja a melhor adaptação de uma HQ que eu já vi: eu, fã de carteirinha do John Constantine, doido por estórias de terror, adorei. Minha noiva, que não conhecia o homem, não gosta do visual de estórias de horror (aqueles demônios que perseguem a Isabel na primeira descida de Constantine ao Inferno ficaram muito bons), e ficou um pouco perdida com as referências que só os fãs conhecem, gostou muito. Enfim: um puta filme de terror e ação (se é que isso existe).

Sobre o
Keanu Reeves: independente do que digam dele, acho que foi a melhor escolha para o John Constantine. Aquela cara de desesperado misturado ao jeito de cachorro sem dono, sem ter onde cair vivo, já sabendo para onde vai depois de morto e tentando, de todo jeito se livrar do seu destino talvez não fosse bem incorporada por um cara que é casado, pai de família e mudou para o país da esposa (o Johnny Depp).

O filme começa com um mexicano pobre, fuçando umas ruínas e encontrando a Lança do Destino, que, contam as lendas, é a lança que tirou a vida de Jesus Cristo, durante a crucificação. Além disso, verdade ou não, diz-se que Hitler a procurava, entre outras tantas relíquias religiosas que, supostamente, dariam poder ao seu possuidor. O fato é que quando Manuel, o nosso amigo mexicano, descobre a Lança, ela está envolta em uma bandeira nazista. Esse pequeno detalhe dá uma amostra do que vem pela frente: um filme de ação e terror que dá máxima atenção aos detalhes, satisfazendo tanto o fã quanto o espectador casual.

Além do estilo de estória me agradar, teve um detalhe da produção que me chamou a atenção, apesar de assistir filmes por mais tempo da minha vida do que seria normal: a escolha do elenco. Ainda que o Keanu Reeves em nada se pareça com a figura do Constantine dos quadrinhos, ele ficou perfeito. Cada um dos personagens tem a aparência que sua história de vida lhe propõe. Isso vale para Angela/Isabel (
Rachel Weisz, linda e maravilhosa como sempre), Gabriel (Tilda Swinton) , para Balthazar (Gavin Rossdale) , para Chas (Shia LaBeouf), para o Padre Hennessy (Pruitt Taylor Vince) e para Lucifer (Peter Stormare). Vale lembrar, ainda, que este é o primeiro longa-metragem do diretor Francis Lawrence, conhecido por dirigir videoclips de gente como Britney Spears, Will Smith e Aerosmith. Se eu soubesse disso antes de ver o filme, ficaria preocupado!

Gostei muito do filme e recomendo para quem é fã de terror. Espero que as continuações venham e que personagens marcantes dos quadrinhos (como Etrigan, um dos que mais gosto) marquem presença.

Só um detalhe que aconteceu aqui em Salvador e que muita gente reclamou: a cena final, após os créditos, que dá espaço a uma continuação, foi exibida com todas as luzes acesas. Ou seja, até agora não sei quem é que está conversando com o Constantine com os olhos vermelhos de mestiço! Saco, só vou saber em Constantine II...

segunda-feira, abril 11, 2005

É na mudança que as coisas acham repouso (ou porque não gosto mais de A Vida de Brian)

Heráclito de Éfeso, conhecido como O Obscuro, chegou até a maior parte de nós por conta de suas reflexões em relação à natureza da mudança e da relação do homem com este processo. Idéias tais como:

Você não consegue se banhar duas vezes no mesmo rio, pois outras águas e ainda outras sempre vão fluindo.

Ou

É na mudança que as coisas acham repouso.


Depois de quase um mês passado após ter revisto o filme A Vida de Brian, do Monty Python, Heráclito de Éfeso trouxe algumas respostas para a minha reação ao filme, que vi pela primeira vez aos 20 anos, fazendo farra com um bando de amigos.

Fiz questão de rever o filme depois de ter passado a frequentar o site Garotas que Dizem Ni e o Fórum associado. Para quem não sabe, o Ni do título do site vem dos Cavaleiros que Dizem Ni, presentes em Monty Python e o Cálice Sagrado.

Pois bem. A revisita ao filme que tanto me agradou no começo da idade adulta foi uma decepção. Fiquei tentando descobrir porque, hoje, a história de Brian de Nazaré, da superprotetora Virgem Mandy e das inúmeras facções de luta contra os romanos, com todas as idiossincrasias que os próprios Pythons devem ter visto na sociedade britânica da década de 70, não conseguiu tirar de mim mais que um ou dois sorrisos amarelos.

Questionei-me muito acerca daquilo que gosto e que não gosto - e que ponho como absoluto. Acerca da minha mania de certezas sobre as coisas. Somente para descobrir que tudo aquilo através do que me defino pode não ser verdade, porque me definir através de algo, ao invés de conviver com a contradição de que minha essência é a mudança, é falho.

Ficou a lição de que tudo realmente pode mudar, mas que permanece o que sou lá no fundo da minha alma. O Brian de 1990, é uma lembrança boa, um momento do qual jamais vou esquecer. O Brian de 2005 teve muito pouco a me dizer.

Como poderia sugerir Heráclito de Éfeso, A Vida de Brian jamais poderia ter sido vista pela mesma pessoa duas vezes. O Rio do Tempo flui e flui em nós e nos leva a lugares diferentes. É assim, e é deste modo, como diz O Obscuro, que as coisas acham repouso.

sábado, abril 09, 2005

Vidocq (ou Sim, eu lutei muito para ganhar este Razzie...)

Los Angeles, 26 de fevereiro de 2005.

Esta é a estória real de uma lutadora, de uma mulher que jamais desistiu em toda a sua existência. Vencedora do Oscar (2002), do
BET Awards (2002), do Bambi Awards (2002), do Festival Internacional de Berlin (2002).

Esta atriz consagrada finalmente conseguiu o prêmio da sua vida, o
Golden Razzie de Pior Atriz de 2005, um marco na estória dos Razzies, no aniversário de 25 anos. Segue o discurso da atriz, ao receber o prêmio:

"Eu lutei muito, por toda a minha vida, para ser reconhecida como a mulher mais competente de minha profissão. Encarei todos os desafios, fiz papéis que poucas mulheres arriscariam. Fiz de tudo para chegar até aqui! Para mim, é uma honra receber o Razzie de Pior Atriz, quando este prêmio completa 25 anos.

Mas não pensem que foi fácil! Não, meus amigos e amigas, primeiro, tive que escolher um roteiro sem qualquer possibilidade dramática, encarar uma direção de arte que envergonhasse um garoto de pré-primário e envergar um figurino digno de demissão do responsável.

Entretanto, nada disso seria possível sem a colaboração de um diretor que tivesse a garra necessária para tornar horrenda uma estória já capenga.

Por isso, estou aqui, hoje, com este prêmio nas mãos.
Pitof, obrigado por tornar Catwoman pior do que jamais poderia ser. Eu te amo! Obrigado!"


Bom, molecada, hoje eu sei por que o filme Catwoman foi aquela desgraceira total: tive o desprazer de ver o primeiro filme do ser canhestro auto-denominado Pitof. Se um dia alguém der de presente a um de vocês uma tranqueira bisonha chamada Vidocq, faça um favor a si mesmo, use o DVD como descanso de panelas à mesa.