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domingo, fevereiro 13, 2005

The Cooler - Quebrando a Banca

Molecada, vi esse filme ontem por conta da minha noiva ser fã do tiozinho Alec Baldwin (aliás de qualquer Baldwin...) - ok, ok, é brincadeira. De fato, já tinha ficado curioso com a estória do filme e quando soube que o Alec Baldwin foi indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante (eu não lembrava) fiquei mais curioso ainda.

The Cooler - Quebrando a Banca é dirigido por Wayne Kramer, que também é co-autor do roteiro. A pelí­cula conta, ainda, com um elenco para lá de estranho, se você olhar as carreiras desta troupe: William H. Macy (Bernie Lootz), Alec Baldwin (Shelly Kaplow) e Maria Bello (Natalie Belisario) formam o trio que conduz a estória.

Bernie é um empregado mais que especial do cassino Golden Shangri-la, é ele o Cooler, o cara que chega junto às mesas que estão perdendo dinheiro para interromper a maré de sorte do ganhador com sua presença: o verdadeiro sr. Pé-Frio, como é chamado na tradução para o português. Como seus "poderes" funcionam à perfeição, Lootz é um recurso mais que especial do cassino. O único problema é que o contrato do sr. Pé-Frio está para acabar e seu empregador (Shelly) não quer perder o rapaz. Nesse meio tempo, Bernie faz amizade, e até um pouco mais, com Natalie. Não há explicação para o efeito que Bernie tem sobre os jogadores, mas a cara do nosso anti-herói é tão depressiva (coisa que o Macy faz à perfeição) que se ele aparecesse do meu lado em qualquer lugar, eu saía correndo.

Ao mesmo tempo, Shelly recebe a visita de um dos sócios do cassino, Buddy Stafford (representado por Paul Sorvino) que acha que Shelly precisa modernizar os métodos de administração do cassino e traz um "reforço": Larry Sokolov (Ron Livingston), um sujeito limpinho, formado em Administração, e que tem por função tornar o Golden Shangri-la um cassino moderno. Reparem bem nos trajes do sr. Sokolov, enquanto Shelly mostra os métodos de gestão da velha guarda da jogatina.

É nesse quadro que o sr. Pé-Frio e Natalie se apaixonam. A cena em que Bernie acorda e descobre que Natalie não o deixou é particularmente contagiante. O que ninguém sabe é que quando Bernie se apaixona, sua má sorte o abandona e seu talento especial deixa de funcionar. Para complicar um pouco mais a estória, seu filho Mikey (Shawn Hatosy) aparece pedindo uma força por conta da namorada grávida.

Molecada, a estória começa meio estranha. Desse ponto em diante ela fica esquisita, tocante e surpreendente. O filme tem um final dos mais estranhos que eu já vi, nem tanto pela situação em si, mas pelo desenrolar da seqüência. Filme estranho, muito estranho, essa é uma boa definição para ele.

Filmado com imagens que têm um timbre de velhice, decadência (com cores e brilho um tanto esmaecidos), acompanhado por canções que dão o clima dos cassinos e com atores que se arriscam nesse roteiro estranho, como na cena em que William H. Macy e Maria Bello fazem sexo e dispensam os dublês de corpo ou nas cenas de violência protagonizadas pelo Alec Baldwin - que me surpreendeu sobremaneira, The Cooler - Quebrando a Banca é um filme que prende o espectador nos primeiros minutos e não o deixa sair da cadeira até o minuto final. Pode ser que você não goste da estória, dos personagens ou do desfecho, mas este é um grande filme.