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domingo, fevereiro 06, 2005

Uma arma nas costas

Molecada, acho que hoje vou ter que fugir do meu habitual e fazer algo que eu abominei nos primeiros blogs que li: postar coisas tristes, mas tem horas que a gente precisa exorcizar nossos demônios (e mesmo os de alguns infelizes). Não sei nem por onde começar essa estória, mas sei de uma coisa, ela não é representativa de minha vida, graças a Deus.

É uma droga quando a gente quer tratar as coisas de forma leve e não consegue. O título desse post acabou de acontecer comigo, depois de uma noite superlegal de carnaval. É uma festa da qual eu gosto e desgosto ao longo do tempo e, este ano, estava com toda vontade de pular todos os dias. Pôxa: é muito legal você reunir um monte de gente e ouvir música alta, dançar, beber e voltar feliz e sorridente. Tá certo que no meio desse monte de gente, nem todo mundo presta, mas precisa usar uma arma para roubar um celular?

Percebi um dos assaltantes e parei de andar por um tempo. O parceiro dele me apontou uma arma nas costas e levou meu telefone. Dói pensar que se eu tivesse qualquer outra reação que não fosse ficar parado, certamente não estaria escrevendo agora, talvez estivéssemos, eu e minha noiva, num hospital lotado, sei lá...

Bom. Estamos vivos, sãos, assustados, mas vivos e sãos. Isso é que importa. Espero que a gente encontre um caminho para que isso acabe. Senão para nós mesmos, para nossos filhos e netos, já que nossos pais não conseguiram e deixaram como legado involuntário um mundo mais díficil de viver.

Boa noite, molecada. Um grande beijo e um grande abraço.

5 Comments:

  • At 8:35 PM, Blogger Gustavo T. said…

    Nossa, André!

    Que bom que você está bem! E que bom que você não reagiu... É como você bem disse, em vez de estar aqui escrevendo vc poderia estar num hospital, ou lugar pior.

    Desencane. Coisas assim merecem ser esquecidas.

    E tomara que a gente encontre mesmo uma solução para toda essa barbárie. Nunca fui assaltado, mas imagino como deve ser horrível esta situação.

    Forte abraço,
    Shanti.

     
  • At 4:52 PM, Anonymous Anônimo said…

    Andre, sinto tanto pelo o que aconteceu com vc e fico feliz que vc esta bem. Eu posso imaginar o que vc passou, ja tive uma arma na cabeca.
    Infelizmente temos que presenciar e ate mesmo viver este tipo de covardia. Mas siga em frente, isso nao merece ficar te atormentando.
    Curta o seu feriado e deixe a alegria tomar conta de vc, o medo nunca.
    Bjs,
    Mica (do bloco dos desesperados sem carnaval) Mancada

     
  • At 7:53 PM, Anonymous Anônimo said…

    É isso aí Mailove, bolas pra frente!
    Não vamos deixar o medo tomar conta. Vamos viver, e cuidar um do outro, ter um montão de filhos, e ficar bem velhinhos junto.
    EU TE AMO!!!
    Sua Gatita.
    Smack!

     
  • At 4:44 PM, Anonymous Anônimo said…

    Nossa, amigo... :-(

    Assim como o Shanti, nunca passei por situação semelhante, maaaaas... Imagino o trauma... Tá loco! Só de alguém catar doce da gente no primário já dá um gelo, imagina sentir o cano de uma arma nas costas...

    Ainda bem q vc e Mari estão bem...

    Ainda bem MESMO!

    Afinal... Eu teria que ficar sem meus padrinhos de casamento, uai! :-)

    Um enorme abraço fraterno, amigão!

     
  • At 7:09 PM, Anonymous Anônimo said…

    Cara, uma situação como essa é realmente horrível...

    Já passei por coisa semelhante e a indignação por não poder fazer nada nessa hora é algo que doi demais!

    Mas o importante é que tudo está bem agora.

    T+

     

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